O Instituto Maranhense de Estudos Socioeconômicos e Cartográficos (IMESC) lança, nesta terça-feira (7), um estudo sobre o dinamismo da Produção da Extração Vegetal e da Silvicultura no estado do Maranhão, no decorrer dos últimos 20 anos. O estudo foi desenvolvido, com base na pesquisa Produção da Extração Vegetal e da Silvicultura (PEVS), divulgada anualmente pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) desde 1986. A PEVS reúne informações sobre a quantidade e o valor da produção decorrente dos processos de exploração dos recursos vegetais.
Conforme observado na pesquisa, no ano de 2018, o Maranhão obteve o oitavo maior valor de produção do Brasil, produzindo mais de 569 milhões de reais na atividade da Silvicultura, mais que o dobro da Extração Vegetal (R$ 283,7 milhões). Em relação a isso, o presidente do IMESC, Dionatan Carvalho, destaca a importância dessa atividade para o estado. “Essa ascensão foi devido, entre outros fatores, à instauração, no Maranhão, de uma das maiores empresas do ramo de papel e celulose do mundo, o que contribui positivamente para o PIB estadual de duas formas, tanto no setor Primário, com o crescimento na Silvicultura, quanto na Indústria de Transformação, atividade que apresentou maior contribuição para o setor Secundário em 2017, dado mais recente sobre o PIB”, pontuou o presidente.
Também foi observado na pesquisa um destaque na atividade de Extração Vegetal. Segundo Anderson Silva, Chefe de Departamento de Contas Regionais do IMESC, o estado é detentor da 5ª posição no ranking nacional, com 283 milhões. “Paulo Ramos é a cidade maranhense maior produtora de carvão vegetal, ocupando a terceira colocação nacional”, informa.
Representatividade na Economia
Apesar da pequena participação no Valor Adicionado do setor Agropecuário maranhense, as atividades de Extração Vegetal e Silvicultura têm crescido com maior vigor no Maranhão desde 2013, principalmente por conta da celulose. Essas atividades participaram com 3,2% no Valor Adicionado Bruto do setor Primário no Maranhão. Em 2018, as exportações de celulose totalizaram mais de US$ 863 milhões em seu valor FOB (Free On Board), que representa um crescimento de 23,6%, em comparação ao ano anterior.
No período de 1998 a 2018, observou-se um crescimento de 10,9% ao ano (a.a.) no valor da produção florestal do Maranhão. A Extração Vegetal respondia por maior parte desse valor até 2016, entretanto, em 2017, foi ultrapassada pela Silvicultura (por ter crescido 50,2% a.a. no período). Essa é uma tendência nacional, pois, desde 2000, a Silvicultura tem tido maior participação que a Extração Vegetal no Brasil.
Silvicultura
O acréscimo observado, entre 2013 e 2014, no valor da produção da Silvicultura (de R$ 148.206 em 2013 para R$ 324.668 em 2014) é explicado, em grande parte, pelo surgimento de um novo empreendimento do ramo de produção de celulose no estado, o qual utiliza como insumo o eucalipto. Em 2018, houve um grande aumento na quantidade produzida devido a uma demanda internacional “aquecida”.
Extrativismo
O Maranhão destaca-se com maior produção de babaçu, foram 47.116 toneladas produzidas em 2018. Sob a perspectiva regional, a produção expandiu-se, principalmente para o sul maranhense, onde pouco se produzia em 1998 e 2008, embora ainda seja preponderante nos eixos central e nordeste maranhense. Contudo, ressalta-se uma queda na produção total de babaçu no estado, retraindo 4,07% a.a. no período pesquisado.
A produção de carvão vegetal, item usado pela indústria siderúrgica, é destaque tanto na Silvicultura (carvão vegetal de eucalipto) quanto na Extração Vegetal. No que diz respeito ao carvão vegetal de eucalipto, houve crescimento de 25% do seu Valor da Produção (VP), sendo o Maranhão o segundo estado com maior produção. No que se refere ao carvão vegetal advindo do extrativismo, destaca-se que, apesar de registrar queda no VP (-4,6%) e na quantidade produzida (-18,6%) em 2018, o Maranhão continua sendo o maior produtor.
Acesse a pesquisa na íntegra, clicando
AQUI.