Paulo Jannuzzi é um dos destaques da programação do 23º Encontro da Anipes, em São Luís

Publicado em 30/10/2018
Entre os dias 07 e 09 de novembro, o Maranhão receberá as maiores instituições produtoras de dados públicos do país. Além do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), pesquisadores e técnicos das instituições de pesquisa e estatística de todo o Brasil, se reúnem no Estado que vai sediar o XXIII Encontro da Associação Nacional das Instituições de Planejamento, Pesquisa e Estatística (ANIPES).
 
Sob a coordenação do Instituto Maranhense de Estudos Socioeconômicos e Cartográficos (IMESC), o Encontro da Anipes terá como um dos destaques a participação do professor Paulo Jannuzzi, da Escola Nacional de Ciências Estatísticas (ENCE).
 
O pesquisador estará entre os debatedores da mesa-redonda sobre “Indicadores Sociais e Planejamento de Longo Prazo à Luz da Agenda 2030”, que ocorrerá no dia 09 de novembro, no Auditório do Palácio dos Leões, a partir das 14h. Participam, ainda, do debate os pesquisadores Rodrigo Correa Ramiro e Samantha Salve.
 
Paulo Jannuzzi é professor do Programa de Pós-Graduação em População, Território e Estatísticas Públicas da ENCE/IBGE, além de pesquisador PQ/CNPq no projeto Políticas Públicas, Mudança Social e Dinâmica Demográfica no Brasil pós-1988. 
 
Graduado em Matemática Aplicada e Computacional pela UNICAMP, com mestrado em Administração Pública pela EAESP/FGV e doutorado em Demografia pela UNICAMP, é docente, também, do curso de Gestão da Avaliação da Faculdade Cesgranrio e do Mestrado Profissional Governança e Desenvolvimento da Escola Nacional de Administração Pública.
 
Atua, ainda, como pesquisador associado da Diretoria de Análise de Políticas Públicas da FGV e membro do Painel de Especialistas em Avaliação do International Evaluation Office do Programa das Nações Unidas em Nova York.
 
Em entrevista, Jannuzzi ressaltou a importância do evento no Nordeste e o impacto do debate sobre os novos horizontes para os institutos de pesquisa no Brasil. Veja abaixo:
 
Para você, qual a importância do XXIII Encontro da ANIPES a ser realizado em São Luís e quais os impactos do evento para todo o Nordeste?
 
Paulo Jannuzzi - “São 23 anos de discussões importantes das organizações envolvidas com a produção de estatísticas, estudos, avaliações de políticas públicas ao longo desse período. A ANIPES tem um papel muito importante de reunir essas instituições, de discutir soluções técnicas e apresentar estudos e, portanto, intercambiar uma série de reflexões que, individualmente, instituições municipais e estaduais vêm desenvolvendo nesse período. Muito importante marcar esses 23 anos de estudo.
 
(...) O fato de ser realizado em São Luís só mostra a liderança que o IMESC vem adquirindo, do ponto de vista técnico, institucional e político, porque os trabalhos na linha de produção de estatística e produção de avaliação de políticas públicas são muito colados com as demandas de governo. Quanto mais se avança na promoção das políticas públicas, mais esse tipo de insumo, que esses institutos produzem, é importante. Eu acho que São Luís e o IMESC, de alguma forma, tem se legitimado nesses campos. E, em particular, o Nordeste também”.
 
Um dos destaques do evento é sua participação na mesa sobre "Indicadores Sociais e Planejamento de Longo Prazo à Luz da Agenda 2030". Qual a relevância do tema para o atual contexto econômico brasileiro?
 
Paulo Jannuzzi – “Nós temos desafios significativos na produção das estatísticas públicas no Brasil nos próximos anos, pelos resultados que tivemos nas Eleições [2018]. (...) Teremos uma redução da carga fiscal, da disponibilidade de recursos e com implicações críticas na produção dos serviços públicos e, naturalmente, que os serviços tidos como mais emergenciais e de atendimento a demanda pública da população, vão fazer muita diferença.
 
Acho que concretamente nós temos um desafio com relação ao censo demográfico em 2020, que são R$ 3 bilhões. Portanto, é um recurso que temo que seja questionado por parte do governo em função das muitas demandas, como atendimento de serviço de saúde, educação, qualificação profissional, etc. (...). Acho que não ter um censo demográfico é bastante preocupante, porque ele é a base das reflexões que temos para avaliação de esforço de governo e sobretudo para planejar os próximos planos da escala municipal. Todos os planos diretores, municipais, toda a estimação de demanda por infraestrutura urbana, esporte, energia elétrica, saneamento, etc., tudo isso depende do censo demográfico (...) e é fundamental”.
 
Com o tema "Novos Horizontes para os Institutos de Planejamento, Pesquisa e Estatística do Brasil", quais as perspectivas de impacto do evento entre pesquisadores e técnicos das instituições de pesquisa e estatística de todo o Brasil?
 
Paulo Jannuzzi – “Os novos horizontes são preocupantes. No evento, será uma boa oportunidade para refazer o planejamento estratégico ou, pelo menos, para fazer alguma reflexão sobre a respeito do planejamento, que foi elaborado há mais de dez anos. E ver como as instituições podem se preparar nesse novo cenário que está se apresentando”.
 
23ª edição do Encontro da ANIPES
 
Com atividades expositivas de troca de experiências, mesas redondas, apresentação de trabalhos e oficinas a partir do tema “Novos Horizontes para as Instituições de Planejamento, Pesquisa e Estatística do Brasil”, a 23ª edição do Encontro da ANIPES será realizada em diversos pontos de São Luís (a exemplo do Casarão Tech e no Palácio dos Leões, ambos no Centro Histórico da capital maranhense, além da sede do IMESC, localizada no bairro do Renascença).
 
Estudantes, pesquisadores, gestores públicos e demais interessados podem participar do evento. As inscrições para a 23ª edição do Encontro da ANIPES já estão abertas e podem ser feitas no site oficial do evento: http://encontro2018.anipes.org.br/.
 
ANIPES
 
A Associação Nacional das Instituições de Planejamento, Pesquisa e Estatística (ANIPES) foi fundada em 1999, por iniciativa de órgãos estaduais, para discussão de temas no campo das atividades de produção e análise de informações, tendo como objetivo subsidiar o planejamento governamental e permitir o acompanhamento da conjuntura social e econômica no Brasil.
 
Atualmente, são 29 instituições filiadas, de todo o Brasil, reunindo instituições com diferentes naturezas organizacionais – fundações, autarquias e da administração direta e indireta – e âmbitos de governo – federal, estadual e municipal.