Nota de Comércio Varejista do mês de fevereiro aponta recuo no volume de vendas

Publicado em 19/04/2017

O Instituto Maranhense de Estudos Socioeconômicos e Cartográficos (Imesc) divulgou nesta terça-feira (18), a Nota de Comércio Varejista referente ao mês de fevereiro de 2017.

De acordo com a Nota, o volume de vendas do comércio varejista restrito maranhense recuou 6,0%, enquanto o varejo ampliado registrou retração de 9,2%, nos últimos 12 meses, e continua sendo impactado fortemente pela restrição orçamentária das famílias, decorrente do menor ritmo da atividade econômica e da elevada taxa de desocupação.

A pesquisadora do Imesc, Marlana Portilho, comenta que a retração do comércio varejista ampliado foi influenciada pelo encolhimento nas vendas de veículos novos, de 50,5%, contra o período imediatamente anterior, segundo os dados do Departamento de Trânsito do Maranhão.

“Desde meados de 2014, nota-se um acentuado recuo na quantidade de veículos novos emplacados no Maranhão. Ao passo que pode esconder a possível dinâmica criada no mercado de veículos usados, o indicador mostra que o esgotamento da capacidade de consumo das famílias pode ser um entrave na retomada das vendas do setor”, esclarece a economista.

A Nota de Comércio Varejista apresenta um índice elevado de endividamento das famílias, variando de 74% em março, para 76,1% em abril.

Para Felipe de Holanda, presidente do Imesc, a redução no ritmo das demissões e os sucessivos cortes na taxa básica de juros Over-Selic, que deverão continuar ao longo do segundo trimestre, apontam para uma possível reversão do indicador a partir de meados do segundo trimestre do ano. “Fatores como os investimentos públicos e privados em transportes e logística, a retomada ainda que parcial das concessões de financiamentos imobiliários e também dos investimentos do Programa Minha Casa Minha Vida no Estado poderão condicionar positivamente o ritmo da retomada no segundo semestre do ano”, aponta o dirigente do Imesc.

“A redução da massa salarial, decorrente da desocupação em patamar elevado e da taxa de juros ainda alta contribuem para a manutenção do endividamento elevado das famílias ludovicenses. Além disso, têm-se os gastos extras de início de ano, como matrículas de escola, pagamento de IPVA, dentre outros, que acabam comprometendo o orçamento das famílias”, explica Marlana Portilho.

A análise completa do Comércio Varejista encontra-se disponível no site do Instituto Maranhense de Estudos Socioeconômicos e Cartográficos, no link: http://imesc.ma.gov.br/portal/Post/view/20/149

 Nota de Comércio Varejista

 A Nota é um dos produtos do Boletim de Conjuntura Econômica, e analisa o comportamento do comércio varejista por meio dos dados da Pesquisa Mensal do Comércio - PMC, divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE; e as pesquisas de Endividamento e Inadimplência e Intenção de Consumo das Famílias Ludovicenses, ambas realizadas pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado do Maranhão - Fecomércio.