Previsão do PIB maranhense mantém desempenho econômico acima do nacional em 2018, aponta estudo do Imesc

Publicado em 06/07/2018

O grupo de Conjuntura Econômica do Instituto Maranhense de Estudos Socioeconômicos e Cartográficos (Imesc), realizou uma revisão da projeção do Produto Interno Bruto (PIB), divulgado no primeiro trimestre. O crescimento real esperado para a economia maranhense é 2,9% para 2018. Enquanto que as projeções de mercado para o PIB nacional vem sendo reduzidas para 2018 e 2019, devendo convergir para próximo de 1,0% de crescimento real neste ano, comparada com expectativa próximas a 3,0% no início de 2018. Os dados foram analisados no Boletim de Conjuntura Econômica Maranhense, lançado pelo Imesc na última semana.

O resultado positivo de 2018, pode ser explicado pela contribuição de vários setores da economia maranhense, como, por exemplo, o setor agrícola, que deverá apresentar crescimento de 3,4% neste ano. Grande parte dos grãos permanecem com a tendência de crescimento na produção, quando comparado com 2017. Dentre todos, o prognóstico da soja - produção 24% maior que a do ano anterior - apresenta-se como principal responsável pelo novo recorde de safra e consequente elevação do crescimento real do setor.

O presidente do Imesc, Felipe de Holanda, aborda a liberação dos saldos do PIS/PASEP, e afirma que ela deverá ter efeitos positivos no curto prazo para a retomada do setor varejista. “Estima-se que poderá haver incremento de R$ 700 milhões ao orçamento familiar dos maranhenses, sendo dúvida qual será a repartição entre a ampliação do consumo das famílias, ou pagamento de dívidas”.

Impactado principalmente pelos investimentos públicos e privados em andamento, apesar de lente, é nítida a recuperação das atividades no subsetor da Construção Civil. É esperado um desempenho positivo para o setor, considerando-se as obras em infraestrutura em andamento, a exemplo do Terminal Portuário São Luís, cujas obras iniciaram em março deste ano, assim como os lançamentos de novos empreendimentos imobiliários.

O monitoramento dos investimentos privados e públicos realizado pelo Grupo de Conjuntura do Imesc, revela que, indo de encontro às incertezas predominantes no plano nacional e internacional, avança no Estado um bloco de investimentos públicos e privados em andamento (R$ 6,9 bilhões) e planejados (R$ 5,6 bilhões).

Os investimentos no corredor de transporte e integração sul-norte do Maranhão (Rodovia MA-006) poderão contribuir para a atração de investimentos no Estado. Os principais produtos que estão presentes na área de influência do corredor sul-norte do Maranhão são: açúcar, álcool, corte de aves, gesso, gipsita, soja em grãos, fertilizantes simples, toras de madeiras.

O Maranhão também está investindo em projetos destinados à avicultura, cadeia produtiva que tem como principais produtos o frango inteiro, a carne de frango em cortes e os ovos. Há investimentos de R$ 382,9 milhões para o desenvolvimento da avicultura industrial no Maranhão, com isso o estado poderá ter 5 novas unidades de abate instaladas até 2020. A Secretaria de Indústria e Comércio (Seinc) projeta trinta mil empregos diretos e indiretos e 8 novas unidades produtoras instaladas, além do aumento para 11,4 milhões de frangos consumidos/mês e 14 milhões de frangos produzidos/mês, crescimento de 280% na produção.

Além disso, o Boletim de Conjuntura do IMESC destaca, ainda, o crescimento da indústria extrativa. “Observamos uma elevação na produção de gás natural e leve retomada do crescimento na indústria de transformação, destacando-se a indústria de pelotização que pode retomar a produção a partir do início do segundo semestre de 2018.  A usina de São Luís tem capacidade de produzir 7,5 milhões de toneladas de pelotas por ano”, complementa, Felipe de Holanda.

No setor de Energia Elétrica, a Ômega Energia anunciou a ampliação do Parque Eólico entre Paulino Neves e Barreirinhas (R$ 500 milhões). O atual complexo Delta 3 teve investimento de R$ 1,5 bilhão, o empreendimento gerou 1,5 mil empregos diretos e 2 mil indiretos na primeira fase das obras. Segundo a Associação Brasileira de Energia Eólica (ABEEÓLICA), em 2017, o Maranhão ocupou a quarta posição no país, com 220,8 megawatts de capacidade.

Em fase inicial, a expansão do atual complexo por meio dos parques Delta 5 e Delta 6, gerou 250 empregos diretos, estima-se que sejam gerados mais 250 empregos com o avanço das obras. O novo empreendimento elevará a capacidade instalada de energia eólica do Maranhão para 328 megawatts, com previsão de conclusão ainda em 2018.

Divulgação do PIB

O Produto Interno Bruto é a soma de todos os valores de bens e serviços finais produzido pelos diversos setores de atividade econômica em determinado período. O Imesc realiza análises que apontam os resultados do PIB Estadual, ou seja, a soma de todas as riquezas produzidas no Estado.

O PIB é divulgado com defasagem de dois anos, segundo o calendário do projeto das Contas Regionais liderado pelo IBGE. O Boletim de Conjuntura faz a revisão trimestral das projeções, ressaltando-se que as estimativas trimestrais são sujeitas a revisões periódicas e seus valores definitivos só são obtidos após a divulgação do resultado anual do PIB maranhense.

Para os anos de 2016 e 2017 foram mantidas as estimativas de -4,5% e +4,8%, respectivamente. 

 Sobre o Boletim de Conjuntura 

A publicação faz uma ampla análise sobre a dinâmica da economia maranhense, bem como análise dos cenários nacional e internacional.

 Resultado de uma das linhas de pesquisa do Imesc - instituição que reúne, sistematiza e analisa informações sobre a realidade socioeconômica do Estado do Maranhão -, o boletim é, também, um importante documento de análise para o Planejamento Econômico do Estado, auxiliando pesquisadores, acadêmicos, empresários, trabalhadores e potenciais investidores.

A Versão Completa do Boletim de Conjuntura pode ser acessada no link: http://imesc.ma.gov.br/portal/Post/view/18/235.