Boletim de Conjuntura do Imesc: cenário econômico maranhense apresenta retomada de atividades no primeiro trimestre de 2018

Publicado em 29/03/2018

O Instituto Maranhense de Estudos Socioeconômicos e Cartográficos (Imesc) lançou, nessa quarta-feira (28), o Boletim de Conjuntura Econômica Maranhense, referente ao primeiro trimestre do ano. A publicação faz uma ampla análise sobre a dinâmica da economia maranhense, bem como análise dos cenários nacional e internacional.

Resultado de uma das linhas de pesquisa do Imesc - instituição que reúne, sistematiza e analisa informações sobre a realidade socioeconômica do Estado do Maranhão -, o boletim é, também, um importante documento de análise para o Planejamento Econômico do Estado, auxiliando pesquisadores, acadêmicos, empresários, trabalhadores e potenciais investidores.

Relativo à projeção para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) Maranhense, houve uma reavaliação para 4,8% em 2017 e para 3,5% em 2018 - o PIB maranhense de 2017, calculado pelo IMESC em convênio com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), será divulgado somente em novembro de 2019.

No entanto, o crescimento do Valor Adicionado Bruto do Setor Agropecuário, estimado com base nas informações do Levantamento sistemático da produção agropecuária (LSPA/IBGE), deve ter sido responsável por 80% do crescimento do PIB maranhense em 2017, corroborando o acerto das políticas de adensamento das cadeias produtivas agroindustriais e de inclusão sócio-produtiva, que vêm maximizando o desempenho da economia maranhense.

Entre outros pontos positivos, houve, ainda, em 2018, segundo o Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA/IBGE), o aumento esperado da produção de grãos no Estado que deverá atingir 16,1%, contribuindo com 1,0 ponto percentual para o PIB projetado.

Ainda segundo o boletim, o Maranhão, ao lado de Estados como Ceará, Piauí e Mato Grosso, alinha-se entre aquelas unidades da Federação que investiram em 2017 pelo menos 10% da receita corrente líquida.

O presidente do Imesc, Felipe de Holanda, ressalta que, em cenário de colapso dos gastos do Governo Federal e dos repasses do sistema financeiro público, um dos aspectos cruciais para que estes Estados consigam manter um importante esforço de investimentos em infraestrutura, em políticas de segurança contra a mudança climática e em aprimoramento das capacidades governativas, dependerá da capacidade deles de reorganizar os respectivos padrões de financiamento, de modo a permitir o acesso ao financiamento externo, a partir de instituições multilaterais -  como Banco Mundial, Banco Interamericano de Desenvolvimento, Banco dos Brics, Fundo Amazônia, dentre outros).

“Esta agenda envolve a constituição, por exemplo, de um Fundo de Aval Soberano, formado a partir do acúmulo de reservas internacionais pelo Tesouro Nacional, e destinado a permitir que os estados possam utilizar integralmente as margens existentes para operações de financiamento externo, nos termos da Lei de Responsabilidade Fiscal e do Programa de Ajuste Fiscal, do Ministério da Fazenda”, acrescenta Felipe de Holanda.

Para o presidente do Imesc, a agenda considera, também, a oportunidade de empreender, com base em diagnósticos territoriais regionalizados, uma “reavaliação estratégica do direcionamento dos recursos aplicados pelos fundos constitucionais do Norte, Nordeste e Centro-oeste, além dos Fundos de Desenvolvimento a eles acoplados, no que tange aos objetivos da criação de empregos, geração de renda, inovações e novas bases tributárias dinâmicas”, pontuou.

Cenário Nacional

Os dados recentes confirmam a continuidade da retomada da atividade econômica no Brasil, embora em ritmo ainda lento. Segundo o IBGE, o PIB cresceu 1,1% em 2017, depois de 7% de queda acumulada no biênio recessivo 2015-16.

Pelo lado da oferta, o destaque foi a Agropecuária, com expansão de 13%, devido à safra recorde. A indústria ficou estável, após encolher por três anos, e os serviços avançaram 0,3%.

A expectativa média de mercado (Boletim Focus, do Banco Central, em 23/03) é de que o PIB brasileiro deve crescer 2,5% em 2018, em lenta recuperação, favorecida pela deflação dos alimentos e pelos juros básicos em 6,5% (pode cair até 6,0%, a depender do ritmo de diluição do bônus agropecuário nos próximos meses).

A Versão Completa do Boletim de Conjuntura pode ser acessada no link: http://imesc.ma.gov.br/portal/Post/view/18/222.